Disparates do Jarbas

Afinal de contas, o que pretende o ilustríssimo causídico; o excelentíssimo senador Jarbas de Andrade Vasconcelos ao assumir, publicamente, (de modo particular através de entrevista concedida à revista Veja) tão severas e acerbas críticas contra praticamente todos os seus iguais de nosso “sacrossanto” parlamento? Desferiu, numa só rajada, farpas mortíferas contra José Sarney, Michel Temer, Lula, Dilma, etc: “O PMDB inteiro é corrupto; o Bolsa Família virou fonte de compra de votos; o PAC não passa de um engodo...”. E vai por aí afora. Será que estamos diante de um novo paladino; mais um intrépido apologista da “enlevada” política de nossa gloriosa Terra Brasilis? Mais um destemido defensor da “moral e dos bons costumes”? Isso até me lembra algumas torvas figuras de nossa história recente – Roberto Jefferson, a “musa do mensalão”; Collor, não o presidente, mas o governador alagoano “caçador de marajás”. Nossa! Deu-me até arrepios... Ora, se o PMDB inteiro é corrupto... Quem poderá desvendar tamanho enigma?! Contudo, reduzir a maior estrutura de distribuição de renda e de reintegração social do planeta, o Bolsa Família, a um reles sistema de aglutinação eleitoral espúria constitui, no mínimo, o supra-sumo da estupidez e insensibilidade (o programa, inclusive, tem o reconhecimento cabal de organismos internacionais como ONU e UNICEF). Quanto ao PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, para um político do PMDB, criticá-lo é o mesmo que desferir um belo tiro no próprio pé (boa parte dos recursos do programa destina-se a municípios geridos por políticos do partido). Então, surge a inevitável pergunta: o que pretenderia o “insigne” parlamentar; o notório latifundiário pernambucano ferrenho defensor do trabalho escravo? Convém lembrar, que se trata do mesmo congressista que, em 2007, dissera sobre Ruth Vilela, secretária nacional de inspeção do trabalho e uma das criadoras do sistema de combate ao trabalho escravo no país, “Se Ruth da vida quer ter um chilique e ameaça fazer greve, fazer isso ou aquilo, que faça...”. De fato, 2010 está muito mais próximo do que qualquer aferição meramente cronológica pode determinar. É só inquirir ao “Zé Serra”. Bobagem, não é mesmo?! O governador paulista não tem nenhuma relação com esse caso, é claro... Se quiserem, o coelhinho da páscoa pode confirmar.

0 comentários: