Esparrela anunciada

Lembram-se do “conteúdo” da campanha do Gilberto Kassab à eleição para prefeito da capital, em 2008? Claro que todos lembramos (até mesmo porque é humanamente impossível olvidar tanta parvoíce, tanto sofisma, tantos impropérios, tanta manipulação, tantas inverdades...). Embora o estelionato eleitoral a que pretendo referir-me não chegue a causar nenhum pasmo, o fato é que o aumento das tarifas no sistema metroviário impõe um imperativo registro: desde o dia nove de fevereiro, quem necessita de transporte público, em São Paulo, para dirigir-se ao trabalho, teve que se curvar ante a cobrança escorchante de R$ 2,55 pelo bilhete unitário do metrô (o bilhete custava R$ 2,40). Majoração bastante considerável, levando-se em conta o poder aquisitivo médio da população paulistana. No decorrer da campanha, o “ex-prefeito” empossado, nas mais diversas situações durante a propaganda política, afirmara, categoricamente, “que não haveria, sob hipótese alguma, aumento de tarifas em nenhuma área do sistema!”. Agora, um indecoroso escárnio é a justificava apresentada pela cúpula da companhia metropolitana, “Precisamos dos recursos para cobrir os custos de operação e de manutenção do sistema”. Inacreditável. Ora, tais supostos custos são insólitos; ninguém, em toda a administração municipal ou estadual, conhece as referidas despesas? Venhamos e convenhamos... O Sr. Kassab não obteve o meu voto, óbvio; nem tão pouco atribuí crédito a uma única sílaba de todo o seu discurso inverossímil e espúrio. Contudo, lamento apenas pelos cidadãos incautos que se permitiram cair em tão evidente esparrela. E, pelo visto, segundo o vozerio geral, a tarifa em relação aos ônibus subirá para os astronômicos R$ 2,60. Como diria um certo amigo do DEMO, “Assim não dá; assim não é possível!”.

0 comentários: